Meus Cumprimentos

É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra, não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida...
Bob Marley

terça-feira, 17 de julho de 2007

As vaias ao presidente Lula

Todos que assistiram à abertura oficial do PAN no Maracanã, pela televisão, viram as vaias ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e ao Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral – PT. Logo em seguida, os aplausos para o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia –DEM (Demônios?). Lula teria sido “atropelado” pelo presidente da COB (Comitê Olímpico Brasileiro), quando este último fez o pronunciamento na vez de Lula. César Maia, afirmou que houve uma “confusão” e a assessoria do presidente pediu para Lula não fazer a declaração, mas esqueceu de informar o presidente da Odepa, que fez a chamada.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que as vaias podem ter sido “orquestradas”.

Mauro Carrara, do Grupo Beatriz, resolveu investigar de que maneira teria sido projetado o plano de vaias e aplausos, que causou a humilhação a Lula. Conversando com jornalistas, políticos e gente do povo, levantou 14 indícios que podem ser úteis, mais tarde, para uma investigação para confirmar o caso, e eu os reproduzo aqui:

1) Havia mais de um mês, já se falava numa "recepção" diferenciada a Lula na festa de abertura do Pan. O assunto era comentado com freqüência na Avenida Alfredo Baltazar da Silveira, no prédio da Secretária Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro.
2) Há cerca de três semanas, esse foi supostamente o tema de uma reunião entre Marcelino (que deve ser o D'Almeida), Moacyr (que deve ser Barros Bastos) e Gustavo Coimbra Coelho Cintra, na sede do Recreio dos Bandeirantes.
3) Estranho é que, no dia seguinte, o assunto voltou à baila num encontro entre Coelho Cintra e as senhoras Ágata Borges de Castro e sua lugar-tenente, Cecília de Moraes. Na secretaria especial de comunicação, gerou-se uma turbulência. Era preciso recrutar gente para um serviço especial.
4) No mesmo dia, na Rua Afonso Cavalcanti, apareceu o Sr. Alexandre da Fonte, do Riocentro, disposto a ajudar no que fosse necessário. Tinha uma lista de voluntários para ajudar nos serviços extras - relação que circulou por mais de um departamento.
5) Dias depois, noutra secretaria, ouviu-se exatamente a mesma coisa. Os preparativos para a recepção a Lula tinham de ser especiais. O Sr. João Marcos de Alburquerque pediu, então, uma reunião com o pessoal do COB, que se deu no dia seguinte. Carlos Arthur Nuzman, sabe-se, recebeu Albuquerque para tratar do assunto. Não se saber exatamente sobre o que falaram.
6) Consultado sobre o assunto, na época, o responsável pela imprensa do Comitê disse apenas tratar-se de "assunto político", não diretamente ligado aos preparativos para o Pan.
7) Estranho é que, em todo canto, o assunto "recepção a Lula" era ouvido. Há três semanas, esse mesmo assunto foi suposto tema de uma reunião do Relações Públicas Roberto Falcão com um grupo de publicitários paulistas, capitaneados por um certo Fabra e um incerto "Catchola", que apresentou uma série de desenhos do estádio, com destaque para as arquibancadas. Que se saiba, esses homens de propaganda não faziam parte do grupo de trabalho. Ao contrário, o tal Fabra parece ser o mesmo homem por trás do site e-indignação, destinado a espicaçar o atual governo e amplificar o movimento de oposição.
8) No mesmo dia, o tal Fabra esteve por horas com o Sr. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Rede Globo e colunista de O Globo. Oficialmente, segundo a agenda do bam-bam-bam global, o assunto foi o Pan do Rio.
9) Há quinze dias, o tal Fabra teria novamente aparecido na sede do COB. Outro participante da reunião, segundo fontes confiáveis, foi um tal de Saulo Romay. Bendito Google. Vem a calhar que o sujeito é algo como representante da juventude do PSDB no Rio de Janeiro. O que teria ele a ver com a organização do Pan? É um mistério que perdura.
10) Nesse mesmo dia, coincidentemente, houve uma reunião especial entre os coordenadores dos voluntários do Pan. Cerca de 16 pessoas estiveram presentes. Ao fim, foram avisadas sobre um treinamento especial, que ninguém ainda sabe do que se trata. Segundo uma atenta secretária, alguns saíram assustados do encontro.
11) Dia 2 de Julho. Informalmente, é criado - sabe-se lá por quem - um grupo de setenta voluntários, para serviços especiais.
12) Dia 12: preparação para a solenidade. Do nada, um grupo começa a treinar uma vaia. Não se sabe para quem. Não se sabe com qual interesse. Isso ocorre por três vezes durante o ato preparatório.
13) Aparentemente, os tais 70 são estrategicamente distribuídos pelo Maracanã. Alguém protesta, antes da cerimônia. Há confusão. No portão 18, cerca de 100 voluntários são barrados. Segundo a organização, seus lugares foram provisoriamente tomadas pelo pessoal da "coordenação estratégica".
14) Dia 13 de Julho, quase meia-noite. O estudante Rogério, de 18 anos, morador em Duque de Caxias, conversa com este repórter. Reproduzo fielmente o que me foi dito: - Era mesmo para vaiar o Lula, do jeito que disseram. Uns das coordenações, do grupo, puxaram mesmo e o pessoal foi atrás. Se dois, três começam, vai todo mundo no arrastão. Tinha gente lá ontem que nem tinha participado de nada. Foi lá só para agitar mesmo. E o pessoal foi no embalo. Eu não vaiei. Fiquei quieto. Mas teve uma agitação. Se alguém filmou direito, vai ver quem é que botou fogo na galera.

É tudo realmente estranho, porque Lula estava com a popularidade em alta no Rio. Mais de 60% da opinião pública na cidade julgava o governo ótimo ou bom. Lula não é tão impopular para o ponto de ser vaiado na abertura do PAN e César Maia não tão popular para ser aplaudido. Um outro indício que fica indagado entre nós, é de que os ingressos mais baratos teriam sido esgotados já antes do povo ter ido comprar. A explicação dos tucanos-pefelistas é de que todos estes ingressos teriam sido vendidos pela Internet, o que seria um absurdo.

O mais estranho ainda é que nenhuma emissora tocou neste assunto profundamente. Fizeram somente comentários, mas nenhum tipo de reportagem para por em preocupação o caso. Há indícios também de que a Rede Globo estaria envolvida com a suposta “orquestra” das vaias.

Bom, estas e outras informações, deixam muitos brasileiros desconfiados de que César Maia usou dinheiro público para uma jogada política, contra o Governo Federal. Tanto é que ele havia criado a polêmica de que o PAN era da cidade do Rio de Janeiro, e não do Estado Brasileiro, sendo que se não fosse o investimento da Federação, não haveria PAN no Brasil.

Portanto, há muitos e muitos indícios desta armação em cima do nosso chefe de Estado, o suficiente para abrirem uma CPI e investigar profundamente o caso, para logo ser esclarecido ao povo brasileiro sobre esta vergonha que inundou o Maracanã e o mundo, justo numa abertura de PAN.

Muita gente julga este fato como uma reação democrática do povo brasileiro, um grito de basta para o Governo Federal, que estaria provocando tanta corrupção. No entanto, fazem questão de se cegar diante dos bem feitos que Lula está fazendo no Brasil. Subestimo mesmo, o pensamento do povo que é tão pessimista a ponto de enxergar só o ruim e a cortina que a grande imprensa põe para esconder tão indecência deste conflito de interesses políticos. Depois dizem que a Rede Globo é democrática, ou se conformam por ela controlar suas mentes.

Até hoje eu considerava só uma hipótese, agora estou tendo cada vez mais certeza. Os indícios são claros, tudo se encaixa, e minha fonte vem de muitos blogs de jornalistas, políticos e gente do povo. A imprensa tenta minimizar ou esconder, o mesmo que quem armou está fazendo, pois levou um susto ao ver que a organização da “orquestra” foi mal feita, mal escondida. Também porque a maior estranheza do ocorrido no Maracanã foi de quando aplaudiram César Maia.

Já andei sabendo que os petistas e os comunistas do PCdoB têm certeza que foi tudo armação de César Maia. Teria ele levado cerca de cinco mil pessoas da sua índole para o estádio puxar as vaias e os aplausos. Não passa de inveja, covardia e jogo sujo em cima do Governo Federal. Política pequena feita pela oposição à quem está no poder, não por Lula ser esquerdista, mas por estar fazendo algo de bom pelo país. Lembrem que o partido Democratas é o antigo PFL, que era o antigo Arena, que era o partido dos militares da ditadura.

Então, penso que temos de acordar para não nos deixar levar por este tipo de joguinho político. Temos que prestar atenção no que o Brasil está melhorando e não perder tempo com estas armações. Mas defendo que uma CPI tem que ser aberta para esclarecer de vez ao povo brasileiro o que ocorreu, não para defender Lula, mas para todos verem quem é que faz a sujeira em nosso país.

Fonte:
http://www.desabafopais.blogspot.com/ e http://www.folhaonline.com.br/

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Sua participação é indispensável

Gostar de política, algo meio complicado. Tantos corruptos aparecem a cada dia. E nos meios de comunicação escândalo num lado, escândalo no outro. Podemos dizer que na frente vem a violência, pobreza e atrás, sem que vejamos, a manipulação. Algumas belezas do país ainda se vêem pela mídia. Mas e os bem feitos que o governo também produz? Sim, existem muitas ações boas pelo Brasil, nas quais o governo gera. Ou senão estaríamos afundando que nem chumbo em alto-mar. E você? Procura saber o que o governo faz? Acredita realmente que as principais emissoras de televisão e os meios impressos mais vendidos transmitem a você o que precisa saber? Acontece que estes passam ao público só o que querem e o que for do seu interesse capital. E por que você não vai a busca de outros meios? Porque os grandes não te dão tempo e nem vontade.

O objetivo não é subestimar a mente do povo, mas condenar os mais diversos meios de corrupção e de manipulação que a mídia traz por seus donos poderosos infiltrados na política. Ou os políticos infiltrados na mídia. Tanto faz, desde que já possamos nos dar conta que algo está errado.

E o jornalista? Sempre passivo, obedecendo às ordens do patrão, para garantir o salário no fim do mês. Liberdade de expressão para falar nas ruas, ou em casa, porém jamais na grande emissora de TV, jornal ou revista. Liberdade de imprensa para os donos dela abusarem, ao ponto de se acharem livres para escolherem a programação, mentir, subornar, distorcer. E a massa se retorcer. O cidadão achando que participa, ou conformando-se de que não pode. Os ativos alertando sobre este problema? Existem, graças a seu santo. Mas são poucos nesta vasta terra populosa controlada pelo descontrole. Um só que pode dar um basta geral: o povo. Mas onde ele está? Ocupado, trabalhando, cuidando da família, assistindo TV, indo à praia ou passar as férias no interior, viajando a passeio ou em busca de trabalho no exterior, jogando futebol, tomando cerveja, fazendo festas, reclamando dos políticos. No outro lado, passando fome, roubando e sendo roubado, traficando drogas, matando, criando o próprio mundo nas favelas ou nas ruas úmidas de sereno e escuras de abandono. E aí, onde entra seu interesse? Onde está sua preocupação e dignidade com estes inocentes enganados e com você mesmo? Quando você irá despertar e ver que tudo está errado e que precisa procurar saber os pontos quebrados para concertá-los? Isto é política e você a odeia.

É certeza que você gosta de governar seu próprio método de trabalho, sua família, sua casa, corrigir os erros de seus amigos e colegas. Por que não pensa em governar também o seu país, a fim de melhorar sua economia, paz e natureza? De implantar a democracia para que você tenha controle do seu governo? Não é apelo para que vista a gravata e saia fazendo campanhas para prefeito, deputado, governador, senador ou presidente. O próprio ato de procurar saber o que acontece realmente em seu país e exigir rigidamente a transparência dos seus políticos e meios de comunicação, já é a melhor das políticas. Estará governando seu direito de democracia. Isto, os poderosos não podem controlar.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Sepé Tiarajú - um herói vencido

Em plena colonização da América, portugueses e espanhóis disputavam posses de terras no Brasil. Mais especificamente no sul, havia a Colônia do Sacramento, fundada pelos Portugueses, mas não aceita pela Espanha. Porém, depois de tantas negociações, pelo Tratado de Madri, Portugal cede a colônia do Sacramento em troca do território dos Sete Povos das Missões, onde viviam cerca de 30 mil índios, que foram obrigados a abandonarem suas terras.

Quando os índios tomaram consciência do Tratado, revoltaram-se: "Como poderá ser a vontade de Deus que vós tomeis e arruineis tudo o que nos pertence? Aquilo que possuímos é exclusivamente o fruto de nossas fadigas, e o nosso rei não nos deu coisa alguma... Não somos apenas as sete missões da margem esquerda, mas doze outras reduções estão decididas a sacrificarem-se conosco desde que tenteis apoderar-vos de nossas terras..."

Foi aí que estourou a Guerra Guaranítica, comandada pelo líder Sepé Tiarajú, que espalhou todo seu sangue de revolta aos demais indígenas pelo grito de expressão: Esta terra tem dono. Ela foi dada por Deus e São Miguel! E todos partiram para defender suas terras com arcos e flechas. E do outro lado vinham os portugueses e espanhóis com suas armas de fogo.

A guerra durou três anos (1753 a 1756). Neste último ano, os brancos perceberam que Sepé era o coração da batalha para os guaranis. Muito espertos, focalizaram a perseguição para derrubar o líder, que no final, foi pego e tombado pelas armas de fogo.

Dias e mais dias, após a tentativa de resistência dos guerrilheiros, a guerra termina com rios de sangue indígena e os sobreviventes vencidos se obrigam a mergulhar na escravidão. Mas certamente, nem isto aceitaram. Pelos maus tratos e até por conta própria foram morrendo aos poucos.

Sepé Tiarajú, um grande líder revolucionário, foi quem emancipou a tentativa de defender suas terras, jamais se entregando. Terras que foram fruto de anos de trabalho pela introdução de uma cultura pacífica, harmoniosa, com um socialismo que cedia igualdade a todos, não se admitindo riqueza e miséria, apenas uma arte de viver cultivando a natureza e seus costumes, buscando a evolução cultural e tecnológica para seus meios de sustentação. Este é um grande exemplo da vida que a natureza propôs quando criou-se no universo.

Hoje, sobraram poucos índios, mas as lembranças nunca se apagam na memória daqueles que valorizam sua vida, sua dignidade, sua liberdade em meio ao lugar em que vive. Até por que a alma de cada "vencido", ainda renasce em nossos corpos.

E ainda existe o império, a exploração por conseqüência do passado, a ganância e o egoísmo, a desumanidade. Mas ainda existe a esperança da mudança, basta cada um ter em mente a fé e atitude.

Esta terra ainda tem dono, e é para aqueles que trabalham em benefício dela.

SEPÉ TIARAJÚ é um exemplo, e seu espírito sempre estará conosco.

Seu ideal vale não só para os gaúchos, mas para toda a América Latina e todos os povos do mundo que são injustiçados pelo egoísmo e pela covardia.

A mudança consiste na consciência humana, na busca por um equilíbrio entre os poderosos e os miseráveis, ao não aceitar uma evolução enganosa que nos levará ao caos do inferno através dos mais impuros e insanos pensamentos e atitudes do homem.

Mais detalhes de sua história:

http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendasepetiaraju.html

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O que é legal nem sempre é justo...

Já faz alguns dias, lendo um jornal, me chamou atenção uma coluna do Procurador Federal Marco Aurélio Moreira. Algo que acredito valer a pena publicar, pois mostra a tremenda bagunça de nossas leis, mas também os juizes (e não a Justiça) dignos que ainda existem. Esta Justiça que condena quando flagram um cidadão em estado de vadiagem, porém não sabe que o grande problema em nosso país é o desemprego, gerado não pelo comodismo, mas pela desigualdade, que se dá pela corrupção.
Neste caso, foi aberto um inquérito, contra um desempregado, pela contravenção de VADIAGEM, que passou pela 5ª Vara Criminal de Porto Alegre. Acredito em nosso progresso, pois existem pessoas conscientes no poder, apesar de poucas, como o juiz Moacir Danilo Rodrigues, que registrou uma sentença justa e crítica, que determinou o arquivamento do processo:

“Marco Antônio Dornelles de Araújo, com 29 anos, brasileiro, solteiro, operário, foi indiciado pelo inquérito policial pela contravenção de vadiagem, prevista no artigo 59 da Lei das Contravenções Penais.

Requer o Ministério Público a expedição de Portaria contravencional.

O que é vadiagem? A resposta é dada pelo artigo supramencionado: “entregar-se habitualmente à ociosidade, sendo válido pelo trabalho...” Trata-se de uma norma legal draconiana, injusta e parcial. Destina-se apenas ao pobre, ao miserável, ao farrapo humano, curtido e vencido pela vida. O pau-de-arara do Nordeste, o bóia-fria do Sul. O filho do pobre que pobre é, sujeito está à penalização. O filho do rico, que rico é, não precisa trabalhar porque tem renda paterna para lhes assegurar os meios de subsistência. Depois se diz que a lei é igual para todos! Máxima sonora na boca de um orador, frase mística para apaixonados sonhadores acadêmicos de Direito.

Realidade dura e crua para quem enfrenta, diariamente, filas e mais filas na busca de um emprego. Constatação cruel para quem, diplomado, incursiona pelos caminhos da justiça e sente que os pratos da balança não têm o mesmo peso.

Marco Antônio mora na Ilha das Flores [?] no estuário do Guaíba. Carrega sacos. Trabalha “em nome” de um irmão. Seu mal foi estar em um bar na Voluntários da Pátria, às 22 horas. Mas, se haveria de querer que estivesse numa uisqueria ou choperia do centro, ou num restaurante de Petrópolis, ou ainda numa boate de Ipanema?

Na escala de valores utilizada para valorar as pessoas, quem toma um trago de cana, num boliche da Volunta, às 22 horas e não tem documento, nem cartão de crédito, é vadio. Quem se encharca de uísque escocês numa boate da Zona Sul e ao sair, na madrugada, dirige [?] um belo carro, com a carteira recheada de “cheques especiais”, é um burguês.

Este se é pego ao cometer uma infração de transito, constatada a embriaguez, paga a fiança e se livra solto. Aquele, se não tem emprego é preso por vadiagem. Não tem fiança (e mesmo que houvesse, não teria dinheiro para pagá-la) e fica preso.

De outro lado, na luta para encontrar um lugar ao sol, ficará sempre de fora o mais fraco. É sabido que existe desemprego flagrante. O Zé-ninguém (já está dito), não tem amigos influentes. Não há apresentação, não há padrinho. Não tem referências, não tem nome, nem tradição. É sempre preterido. É o Nico Bondade, já imortalizado no humorismo (mais tragédia que humor) do Chico Anísio.

As mãos que produzem força, que carregam sacos, que produzem argamassa, que se agarram na picareta, nos andaimes, que trazem calos, unhas arrancadas, não podem se dar bem com a caneta, nem com a vida.

E hoje, para qualquer emprego, exige-se, no mínimo o primeiro grau. Aliás, grau acena para graúdo. E deles é o reino da terra.

Marco Antônio, apesar da imponência do nome é miúdo. E sempre será.

Sua esperança? Talvez o Reino do Céu.

A lei é injusta. Claro que é. Mas a justiça não é cega? Sim, mas o juiz não é.

Determino o arquivamento do processo deste inquérito”.

E depois dizem que devemos seguir as leis. Não exatamente!
Bom, não preciso dizer mais nada. O juiz já falou tudo!!!


Miojo